terça-feira, 3 de abril de 2018

S.H. Figuarts Takeshi Hongo


Saudações.

Desta vez vou falar da versão S.H. Figuarts de Takeshi Hongo, o primeiro Kamen Rider em sua forma humana, feita pela Bandai.


1. Informações
2. Modelagem
3. Articulações
4. Acessórios
5. Ação



1. Informações



Takeshi Hongo era motociclista na Tachibana Racing Team e também biólogo na Universidade Jonan, onde ele estudou (no 1º episódio, era a Universidade Johoku, devido a um erro de continuidade). Ele teria nascido em 15/08/1948 e seria filho de Isao, um engenheiro naval e Hiroko, professora de música. Hongo perdeu seu pai em um acidente aos 17 anos e depois, aos 20 anos de idade, sua mãe morreu devido a uma doença. Nisso, ele conheceu um homem chamado Toubee Tachibana, o dono da Tachibana Racing Team, o que o motivou a ser corredor.

Um dia, durante uma dessas corridas, ele foi raptado pela Organização Secreta Shocker e transformado em um ciborgue. Mas Hongo conseguiu escapar antes de sofrer uma lavagem cerebral que o tornaria um soldado fiel a Shocker e passou a usar os poderes que ganhou ao custo de sua humanidade para defender a Paz no Mundo e a Liberdade da Humanidade. Daí nascia o Kamen Rider.

No começo, Hongo usava vários estratagemas para vencer seus inimigos, o que atestava seu alto QI. E ele tinha um ar de melancolia devido à perda de sua humanidade, mantendo certa distância das pessoas, até mesmo de seus amigos como Toubee Tachibana, que também sabia da verdadeira identidade de Hongo. Mas depois de sua ausência e retorno, Hongo passou a ser mais heroico e alegre. Assim como vários protagonistas da época, o personagem não tinha uma personalidade muito definida.

Takeshi Hongo foi interpretado por Hiroshi Fujioka e esse foi o papel que colocou o ator em evidência. Ele inclusive vestia a fantasia do herói transformado em algumas cenas, sendo que as mais arriscadas eram feitas por dublês. Mesmo assim, ele fazia cenas com o trampolim e com motos, chegando até a subir escadas com uma. Fujioka conta que sua respiração embaçava as lentes da máscara, por onde o ator via o exterior, e assim era difícil ver através dela. E ainda, a roupa feita de couro limitava os movimentos. Por tudo isso, às vezes Fujioka tinha medo de vestir.


O começo foi bem difícil, pois a audiência do seriado estava baixa. E para piorar a situação Fujioka sofreu um acidente com a moto durante as filmagens do episódio 10, fraturando a perna esquerda. Isso aconteceu antes da estréia do seriado, que ele teve que ver da cama do hospital, o que foi bem frustrante. Os produtores Tohru Hirayama e Seiji Abe tiveram que fazer vários ajustes na programação da filmagem para que o seriado continuasse mesmo na ausência de Fujioka, até que se encontrasse uma solução. Nesse meio tempo, foram feitas reuniões para decidir os rumos do seriado e decidiu-se introduzir um novo personagem, o Kamen Rider Nº 2, interpretado por Takeshi Sasaki, que impôs a condição de ficar no seriado somente até que Fujioka retornasse, pois era seu amigo pessoal. Isso também foi a oportunidade de efetuar mudanças no seriado, que se tornou menos sombrio e mais heroico, alegre. Isso impulsionou a audiência e a pose de transformação, introduzida nessa época, fez um enorme sucesso dando origem ao chamado Henshin Boom. Foi a partir daí que Kamen Rider se tornou um fenômeno social.

Nesse meio tempo, Fujioka passou por várias cirurgias e fisioterapias para poder voltar o mais rápido possível. Em uma entrevista ele conta que quando voltou, não estava totalmente recuperado. Havia ainda mais uma haste de metal em sua perna que seria retirada depois de um tempo e o ator deveria ficar em repouso até lá. Se ela quebrasse ou envergasse, não poderia ser retirada e Fujioka não conseguiria mais andar. Mesmo assim o ator foi fazer as filmagens, pois as escalas já haviam sido montadas e participou delas escondendo sua condição. Felizmente tudo deu certo e Fujioka teve a haste removida, se recuperando, embora ainda sinta algumas sequelas mesmo agora.

Anos mais tarde, Fujioka passou a colocar uma vírgula depois do nome assumindo o atual, Hiroshi Fujioka,. E ao olhar para trás, ele comenta que tudo aconteceu porque tinha que acontecer. Sem esse acidente, o ator conta que passou a ser mais cauteloso, pois se isso não tivesse acontecido, era provável que ele acabaria se empolgando e tentaria fazer cenas cada vez mais arriscadas, o que poderia ter resultado em algo ainda pior. E que as mudanças, como a instituição dos Double Rider, foram positivas, com aspectos que continuam a ser usados até hoje.

Fujioka, fez um documentário em 2014 falando sobre os nikkeys brasileiros, intitulado 海を越えた侍たち (Umi wo koeta Samurai tachi, algo como "Os Samurais que atravessaram o mar") e nisso ele veio ao Brasil pela sua sexta vez. Ao chegar aqui, se impressionou em ver que os imigrantes japoneses trouxeram várias técnicas de plantio de vegetais e que seus descendentes ainda mantinham as tradições e o respeito ao espírito do Bushido, transmitindo-os aos brasileiros. Outro aspecto que chamou sua atenção foi a confiabilidade e a boa reputação dos nikkeys no Brasil. Ele passou por vários lugares, se encontrando com imigrantes japoneses, como o mestre de Iaidô Toshihiko Tsutsumi na Associação Cultural e Esportiva Piratininga, em São Paulo. No Rio de Janeiro, o ator conheceu Akiyoshi Shikada, presidente da Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira do Estado do Rio de Janeiro. E na cidade de Janaúba, em Minas Gerais, Fujioka, conversou com o então prefeito Yuji Yamada. Até houve uma cena com ele andando pelas ruas de São Paulo, em que transeuntes se perguntavam se era "alguém famoso". Mal sabiam eles que se tratava de nada mais nada menos que o primeiro Kamen Rider. O grande antecessor do Black, que é o Rider mais conhecido no Brasil.


O conteúdo da caixa. Estão incluídas várias mãos intercambiáveis e uma placa com efeito.


2. Modelagem


Visão de corpo inteiro. A representação é muito boa. Hongo usa um casaco de couro, só um entre os vários figurinos do personagem, que vinham do guarda-roupa pessoal de Fujioka,.




Close do rosto. Assim como no Dan Moroboshi, a escultura é magnífica. A coloração digital faz milagres e retrata bem o ator na época do seriado. Só achei que o olhar ficou muito para cima. Mas ajuda em cenas em que o Herói encara seus oponentes.


Os sulcos representando os cabelos foram bem modelados.

A jaqueta é aberta, com uma camiseta branca por baixo. É usada pintura metálica nos botões.

As mangas tem dobras, parecendo tecido de verdade. Nas bocas existem abotoaduras. As mãos têm luvas e é possível ver as falanges esculpidas.

O cinto de transformação, o Typhoon, colocado por cima do cinto normal. Uma peça transparente cobre a ventoinha da fivela. A parte de trás é presa de forma bem verossímil.

Dos dois lados existem mecanismos, um deles com um botão. Mas nunca soube para que serviam.

A parte de baixo da jaqueta é integrada ao cinto e feita de material maleável.

As pernas são compridas, finas. As dobras da calça são esmeradas.

Chamam a atenção as bocas-de-sino, que atualmente podem parecer estranhas, mas eram bem populares na época porque era uma brasa, mora? Era lenha pura!


3. Articulações


O pescoço sofre certa interferência da gola, mas se move bem.

A gama de movimentos dos ombros é excepcional! É possível erguer a uma altura impressionante.

Os pulsos se movem bem.

O tronco é um pouco duro de mover.

A abertura das pernas é boa, tanto para os lados quanto para trás e para a frente, mas um tanto dura. As coxas não giram muito e assim não dá para colocar a figura sentada no chão com as pernas cruzadas, por exemplo.

Fechamento máximo dos joelhos. As pontas dos pés possuem articulações em dobradiça.


Como é de se esperar, os tornozelos sofrem bastante interferência das bocas-de-sino, o que dificulta para colocar a figura em pé.


4. Acessórios


Estão incluídos quatro pares de mãos. Tem até um para segurar objetos, embora não venha nenhuma arma .Mesmo assim é bem útil.

Só vem a direita dessa mão apontando o dedo.

Uma placa de PET, com um efeito representando a transformação.

Em teoria bastaria colocar na frente do personagem, mas assim não parece que a energia sai do cinto. 


Sendo assim é preciso ajustar a altura um pouco. Mas fica feio sem um objeto com a altura ideal.


5. Ação


- Então apareceram, Shocker!














Hongo consegue lidar com os soldados regulares mesmo sem se transformar e luta até mesmo tomando armas de seus inimigos e usando-as contra eles próprios;


Mas quando se trata de um inimigo de força singular ou um monstro...






- RIDER... HENSHIN!


- TOH!!!



Hongo faz a pose de transformação e se torna o Kamen Rider.


No começo, essa pose não existia e Hongo tinha que acumular energia eólica fazendo a ventoinha do cinto girar. O meio mais comum era subir na moto e correr com ela, aproveitando o vento gerado.


Isso colocava Hongo em situações difíceis. Em espaços confinados, com pouca ou nenhuma circulação de ar, ele não conseguia se transformar.


Era necessário usar todos os recursos possíveis. Inclusive saltar do alto de um edifício para utilizar a movimentação do ar gerada pela queda.


- Foi dureza. Pensei que fosse morrer.
- Pois é. Comigo também foi assim. E logo no segundo capítulo.


Felizmente isso mudou com a criação da pose de transformação implementada no Kamen Rider Nº2. Hongo passou a usar esse recurso também e com isso um de seus pontos fracos foi suplantado.


Depois do acidente que tirou Fujioka, de ação, decidiu-se não colocar mais o ator principal para vestir a roupa do herói e ao invés disso usar dublês. Vários usaram a roupa do Kamen Rider, entre eles Masaru Okada e Tetsuya Nakayashiki. Mas na época não havia a ideia do dublê estudar os movimentos do ator e vice-versa como em BLACK. Por isso "Takeshi Hongo" e o "Kamen Rider" não lutavam exatamente do mesmo jeito.


- Não reconheço vocês como Kamen Riders!
Fujioka, volta a ser Takeshi Hongo no especial de cinema Showa vs Heisei e diz essas palavras duras a Kouta Kazuraba/Kamen Rider Gaim.


Mas nos bastidores é contado que Fujioka, gostou de Gaku Sano (Kouta/Gaim), chegando a dizer que o jovem ator lembrava muito ele mesmo quando tinha a mesma idade.


E ele tem apoiado o trabalho dos mais jovens, como Ryoma Takeuchi (Shinnosuke/Drive) e Shun Nishime (Takeru/Ghost).


Junto com o Dan Moroboshi. Certo seria ser com o Hayata, mas ainda não existe uma S.H. Figuarts do personagem. E logo mais um se juntará a eles...

E esta foi a apresentação da versão S.H. Figuarts de Takeshi Hongo, o Kamen Rider, feita pela Bandai. A escultura do rosto mais uma vez é o grande ponto e o mais importante nesse tipo de figura. Ficou idêntico ao ator na época. A roupa ficou muito bem moldada e acredito que tenha sido bem difícil escolher uma que fosse a mais representativa, sendo que outra opção seria com o terno azul e gravata. Um trabalho realmente impressionante. As articulações têm altos e baixos. As dos ombros são excelentes, com grande liberdade de movimentos. Por outro lado, o tronco é um tanto duro e as pernas são limitadas, ora pelo sistema nas coxas, ora pelo visual com as calças boca-de-sino. Por isso é bem difícil colocá-lo sentado em uma moto. Mesmo assim é altamente gratificante poder ter uma figura do Herói em um tamanho e um valor razoáveis. Embora em breve deva sair uma versão pela linha SHODO, em escala menor, mas ainda assim altamente fiel. Torço para que saiam mais Riders nesse sentido pela S.H. Figuarts.

8 comentários:

  1. Fala, Usys!

    Outra figura incrível. Takeshi Hongo é um herói eterno, assim como Dan Moroboshi. Me pergunto qual será o próximo dessa linha. Hayata? Shiro Kazami? Kenji Ohba?

    A qualidade da SH Figuarts impressiona, tomara que lancem mais personagens na forma humana.

    Falou! Abraço!!

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    1. Obrigado, Nagado!

      Kenji Ohba tem uma dessas como o Retsu Ichijoji/Gavan e já está a caminho para cá! E Shiro Kazami, ou melhor, Hiroshi Miyauchi ia ser uma boa. Ou com a indumentária do Zubat.

      As tecnologias avançaram bastante, o que tornou possível fazer essas figuras. Impressiona, considerando o tamanho. E pensar que vai sair uma menor ainda!

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  2. Esse não podia faltar na Casa! Show!

    Não sabia que ele era ciborgue! Nessa época as histórias mais sombrias não eram tão queridas pelo público, se fosse lançado hoje em dia com certeza teria bastante destaque pela pegada sombria. Mas por um lado foi bom que a versão sombria não deu tão certo, assim pôde surgir a fórmula que todo mundo adora.

    Essa do acidente deve ter sido dureza! Mas deve ter sido obra do destino mesmo, pois no final deu tudo certo e taí o Fujioka até em formato de figura, sinal de que seu trabalho foi memorável. Que legal que ele curte o Brasil! Esse documentário deve ser bem interessante. Pena que os atores japoneses não são tão famosos por aqui, mas espero que pelo menos um fã tenha reconhecido ele em algum momento.

    Tá show a figura! Visual bem marcante, a calça boca-de-sino é muito estilo hehehe. Que bom que conseguiram representar bem o rosto do ator, isso é fundamental. Nessas horas a gente até deixa passar os preços mais altos de hoje, pois as novas tecnologias e técnicas de escultura compensam de vez em quando.
    E claro, em uma figura articulada, articulações boas também são fundamentais, e pelo visto a figura é competente nisso também.

    Eita, era complicadinha essa transformação! Assim fica difícil ser herói hehehe! Ainda bem que desenvolveram essa nova fórmula que deu muito certo.

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    1. Obrigado, Ronin!

      Até os anos 1990, todos os Kamen Riders eram ciborgues, de uma forma ou de outra. Isso acabou desaparecendo depois de um tempo para conquistar um novo público. E séries sombrias não costumam pegar bem mesmo, especialmente as feitas para crianças. Foi assim com JAQK Dengekitai, Metalder e Ultraman Nexus.

      O programa foi feito em 2014 e eu achei estranho não ter pelo menos uma pessoa que tivesse reconhecido. E ninguém veio pedir autógrafo ou coisa parecida. E pensar que ele veio aqui por vontade própria, sem ninguém convidar para um evento ou coisa parecida. Talvez ele esteja disponível para algo assim.

      Eu entendo bem isso dele ver o lado positivo do acidente. Deve ter sido doloroso ver o programa que seria seu primeiro passo para o estrelato ter que prosseguir sem ele. Felizmente ele conseguiu voltar e fez o seu nome. O produtor Tohru Hirayama teve que bater muito o pé para que ele ficasse. E Fujioka, é grato por isso até hoje.

      Até agora não consigo acreditar que conseguiram fazer algo em tamanho tão reduzido. Uns tempos atrás eu só poderia sonhar em ter uma figura da forma humana dos heróis, já que só saía como Real Action Heroes ou Hot Toys, caríssimos. Mas agora aqui estão! E três delas!

      Tentaram botar algo que fosse um ponto fraco no herói, mas isso também não foi bem aceito, pois demorava para ele se transformar. Daí inventaram uma nova fórmula que funcionou e continua até hoje.

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  3. Que figura incrincrível! Sem contar que é um excelente complemento para a coleção!
    Ainda bem que implementaram o Henshin, porque isso é bacana demais! Tem horas que paro pra ver as transformações com meu filho e ate tento imitá-la.
    Voltando para a figura, ficou excepcional! Imagino o sucesso da boca de sino na época!

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    1. Obrigado, Adelmo!

      As equipes fizeram as poses de transformação exatamente para as crianças imitarem. E foi um dos segredos do sucesso da série! Bom que incluíram a peça de efeito. Só precisavam ajustar a altura.

      Essas bocas de sino eram bem populares na época. Em um desenho, Gachaman (aqui virou G Force) os heróis usavam essas calças.

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  4. Cheguei aqui através de uma recomendação do Nagado, grande blog!

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    1. Obrigado, mr melzas!

      Tem bastante coisa por aqui para ver. É meio caótico e ficou ainda mais depois que passei a falar de outras coisas que não figuras, mas espero que encontre algo que seja de seu agrado!

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Peço que os comentários sejam apenas sobre assuntos abordados na matéria. Agradeço desde já.

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